sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Dibbs‏:Em busca de si mesmo



Dibbs‏:Em busca de si mesmo



A tematologia do livro aborda de forma esclarecedora a prática psicoterápica.Quando bem orientada,constitui um caminho rumo à autonomia,para quem precisa do procedimento.DIBS,uma criatura em tenra idade já marcada,por profundos traumas,é o foco da narrativa.Frequentava a escola à quase 2 anos,e só tinha problemas:não falava nunca,a princípio.Certas vezes,mantinha-se sentado e calado,imóvel durante a manhã.Engatinhava pela sala toda perdido nele mesmo.Ignorava a presença da professora e dos colegas,embora estivessem lá.Outras vezes tinha acessos de raiva violentos.Mostrava aversão angustiante à figura materna. A Equipe escolar preocupava-se:professores, o psicólogo,o pediatra;estavam confusos com aquele menino.Qual a gravidade da situação?Retardado Mental? O cérebro teria se lesionado quando nascera?Não tinham respostas.DIBS,era um excêntrico.

Porém, a Dra Axline,com esforço bem intencionado e excelência em habilidade clínica obteve a transfiguração de seu paciente em uma pessdoa notável,de personalidade marcante e acima de tudo pôde provar que ele é saudável.A mensagem deste livro é a busca interior,pois ainda,o ser humano tem de aprender muito de si mesmo,alegoricamente aludindo ao título do livro.Este serve como ferramenta aos pais,no acompanhamento do desenvolvimento mental de seus filhos,aos educadores na captação de distúrbios no ambiente escolar e na reavaliação de suas atitudes,frente a esses casos, e logo para estudiosos da mente humana,que através do estudo de casos singulares,fazem evoluir a Psicologia Moderna,no papel de desvendar o ser humano e aliviar aqueles que de alguma maneira não se encaixam na sociedade.

Quem o ler,perceberá que as aquisições humanas não se estruturam linearmente,por repetição generalizada ou pelo reforço de simples modelos de respostas.

Também,no livro é enfatizado que o tratamento profundo e efetivo da criança com disturbios,melhora a higiene mental de seus pais,ao contrário do que é pregado,o tratamento clínico dos pais,que se bem sucedido,representa(quase sempre)a melhor forma de terapia destas crianças.

domingo, 30 de novembro de 2008

O Aleph ( Um conto de Jorge Luis Borges)

Olhando a mítica morte da bezerra...

                                    *** Abordagem crítica***

"O Aleph" é uma obra que intimida o leitor à primeira vista, e vários são os motivos.


A linguagem rebuscada do narrador; na realidade ele próprio, causa estranheza a quem não tem o hábito da leitura. O texto pode parecer confuso dada a sua distribuição em diversos caminhos que parecem não levar a lugar nenhum podem levar um desavisado à desistir da leitura e a intitular-se inimigo declarado do autor.

Esse estilo de escrita é o que se convenciona chamar de labirintítico como aliás todas as obras dele são permeadas por simbolismo. Na realidade, o labirinto na concepção do autor é a própria literatura,pois ela é uma construção complexa,cheia de referências na qual cada desvão é capaz de lançar-nos a outro imediatamente contido em seu interior e assim sucessivamente até o infinito.

Literalmente a literatura é infinita, e pela sua narrativa o autor expõe a natureza literária.


Claramente o conto exerce uma função metalingüística,ou seja: A literatura explicitada pela própria literatura. Para ler esta obra é preciso utilizar os sentidos, os simbolismos são a marca registrada do autor,por isso analisa-la do ponto de vista racional não surtirá o efeito desejado.

Aqui e em qualquer outra obra de Borges,depara-se com o realismo fantástico,isto é,algo que não é real,mas por sua verossimilância acaba tornando-se mas real que a própria realidade,esta é uma característica surrealista.

Resumindo, Borges inicia sua narrativa falando da morte de alguém( Beatriz) e ele expressa um sentimento de desencanto,pois o mundo à seu redor mudou imediatamente após a morte desta.

Segundo a teoria do caos o que ele acaba de descrever é o "efeito borboleta" em que simples ações sem qualquer relação,na verdade influem em fatos à quilômetros de distância.

Percebe-se que o autor tem uma preocupação filosófica acerca da existência das coisas,a sua utilidade,a sua fragilidade.

Explica-se o que tem em comum a morte de Beatriz e o Aleph.


O leitor passa a saber da existência deste somente no meio do conto e aqui mais uma vez,mais uma referência. O Aleph na realidade é uma referência à idéia exotérica do holocentrismo em que o todo está contido nas partes e as partes estão contidas no todo.


Pergunta-se o que é o Aleph,afinal e a surpresa é que ele sempre esteve às vistas do leitor,seja no labirinto,no espelho ou no poema longo. Na verdade,não existe apenas um Aleph.

Ele é múltiplo. E a Beatriz,na realidade era apenas uma distração,uma peça que o autor pregou no leitor e ainda assim com esta brincadeira,Borges adverte-o de que tantos conteúdos acumulados legam as memórias ao esquecimento